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Economia Negócios

ESG ganha novo olhar das empresas de transporte de cargas em Minas Gerais

Adoção de tecnologias verdes e práticas sustentáveis são diferenciais no mercado

08/10/2024 23h21
Por: Redação Fonte: Agência Dino
Arquivo Zero Carbon
Arquivo Zero Carbon

A transformação do mercado global coloca o ESG (ambiental, social e governança), conjunto de práticas voltadas para a preservação do meio ambiente, responsabilidade com a sociedade e transparência empresarial, no centro das decisões do meio corporativo. No Brasil, 71% das empresas de médio porte planejam investir em iniciativas focadas nessa área, conforme pesquisa recente da Grant Thornton, realizada com 5 mil empresários em todo o mundo.

Em consonância com esse movimento, as empresas do setor de transportes de cargas estão se alinhando às questões ambientais e incorporando práticas de ESG em suas operações. De acordo com o assessor jurídico ambiental do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg), Walter Rocha de Cerqueira, hoje há uma preocupação "genuína" em torno do tema.

"Se antes, as altas lideranças faziam isso por pressão, por exigências governamentais, ou conversavam sobre isso, apenas em caso de necessidade em função de um acidente ou uma fiscalização, hoje o cenário é outro. Elas começam a olhar o ESG como diferencial competitivo", afirma. Ele acrescenta que as empresas têm aumentado suas equipes de gestão para trabalharem essa temática. "Hoje, elas pensam, por exemplo, em melhorar o nível de reciclagem dos produtos", explica.

Em 2023, a Zero Carbon Logistics alcançou marcos financeiros notáveis, refletindo o sucesso da estratégia de aliar sustentabilidade ao crescimento econômico. A empresa registrou um crescimento de mais de 20% na receita anual, justificado pela expansão e crescente demanda por soluções logísticas sustentáveis. A adoção de tecnologias verdes e práticas avançadas atraiu novos clientes e fortaleceu parcerias, de acordo com o CEO, Felipe Marçal.

O Ebitda da empresa alcançou 30%. Grande parte do crescimento, segundo Marçal, foi impulsionada por investimentos estratégicos em sustentabilidade. A introdução de veículos elétricos e práticas de eficiência energética não só gerou economias operacionais, mas também reduziu o impacto ambiental.

Entre as ações da empresa estão: eletrificação e renovação da frota, aquisição integral de equipamentos sustentáveis nas operações, utilização de uma carreta dedicada à reutilização de água da chuva para a limpeza de veículos e pátios. Já internamente, usa-se energia limpa por meio de painéis solares e tratamento de esgoto através de biodigestores. A água da chuva é captada e reutilizada para a limpeza externa das unidades, e o consumo de água é reduzido com torneiras automáticas e vasos sanitários econômicos.

Já o Grupo Tora deu um passo significativo ao contratar uma empresa especializada para realizar um diagnóstico do seu nível de maturidade ESG, com o objetivo de  direcionar seus esforços em práticas sustentáveis e  garantir um plano de ação contínuo e objetivo.

Segundo Warney Araújo, superintendente de Gente e Gestão do Grupo Tora, a empresa já demonstra um forte compromisso com a sustentabilidade ao utilizar a modalidade ferroviária em suas operações. Essa escolha estratégica resulta em uma redução significativa das emissões de dióxido de carbono (CO2), contribuindo para um transporte mais limpo e eficiente. Além disso, a frota do Grupo é constantemente modernizada com equipamentos de última geração, como os caminhões Euro 6, que apresentam menores índices de poluição e maior eficiência energética.

Além da multimodalidade e da renovação da frota, a Tora também implementa diversas outras práticas sustentáveis tais como, gerenciamento de resíduos, reciclagem de pneus, energia limpa, economia de água, descarte correto de lixo eletrônico e reciclagem de tudo que for possível.

Na Patrus Transportes, a meta é fazer a compensação de 100% das emissões de CO2 até 2030.  Hoje, a empresa - que investe em logística verde -, conta com 80% de energia limpa nas suas unidades, que somam cerca de 95% no Brasil. A empresa, inclusive, possui dois veículos elétricos, um carro e uma carreta.

No momento, o projeto protagonista em ESG é a utilização de etanol em toda a frota, cuja implantação será feita gradualmente.  "Por meio de parceria com a Shell Box, os motoristas da nossa empresa vão utilizar aplicativo e ganhar crédito para abastecer", explica o gerente de ESG, Vinícius Morreli Braga.

A empresa também criou uma "universidade corporativa", que funciona em uma plataforma, que disponibiliza cursos mensais de capacitação para os motoristas e os colaboradores, como o de preservação do meio ambiente. Entre inúmeras ações voltadas para o ESG, a Patrus, em Contagem (MG), instalou também uma árvore fotovoltaica, em 2018, que capta a radiação solar e a converte em energia para carregar celulares e gerar sinal wi-fi gratuito aos colaboradores e visitantes.

Destaque ESG 2024 - Para reconhecer e incentivar as melhores práticas adotadas por empresas atuantes em Minas Gerais, o Instituto Brasileiro dos Executivos de Finanças (IBEF-MG) está recebendo inscrições para a terceira edição do Prêmio Destaque ESG 2024. A premiação dá visibilidade a programas de sustentabilidade abrangentes e estruturados ou a projetos de relevância e impactos positivos.

As inscrições podem ser feitas até as 18h do dia 15 de outubro de 2024 e os interessados devem encaminhar a documentação com a “Apresentação do Projeto” e materiais de apoio por e-mail endereçado a [email protected] e [email protected]. O regulamento completo está disponível on-line.

Os projetos serão avaliados por uma comissão julgadora designada pelo IBEF-MG, com a consolidação dos votos realizada pela PwC Brasil. “É muito importante que sejamos resilientes na preservação da pauta da sustentabilidade. É preciso seguirmos construindo uma visão de negócios capaz de compreender como os impactos das mudanças derivadas da disrupção tecnológica, das mudanças climáticas e de outras megatendências globais trazem ameaças e oportunidades à sobrevivência dos negócios”, afirma Fábio Abreu, sócio da PwC Brasil.

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